terça-feira, 20 de março de 2012

Ativo, passivo e tabu


Creio que todo mundo aqui já recebeu ou fez a pergunta "ativo ou passivo?".
Na minha época de fast foda UOL, essa era uma das 3 primeiras perguntas que apareciam. Também mais sutilmente como em 'o que você curte?'.
As vezes eu fico incomodado com a divisão de papéis no sexo e sua consequente hierarquização. As vezes fico imaginando se as pessoas especulam sobre o papel no sexo de um casal gay. Enfim.
Nossos relacionamentos tem a vantagem de estarem amarrados a menos tabus.
Em relacionamentos héteros, os papéis estão devidamente definidos e estáticos e, cada brincadeira sexual que possa tentar cruzar as fronteiras do que é e do que não é aceitável pelo machismo, acaba não acontecendo.

Nos relacionamentos gays, a fronteira das coisas que o machismo proíbe é mais tênue. Apesar da imagem do ativo viril e másculo e da imagem do passivo afeminado, ambas atreladas às definições do machismo, a inversão de papéis é aceitável e até natural. Brincadeiras sexuais vão muito além das permitidas entre casais héteros, o que produz uma vida sexual mais dinâmica, menos monótona.
Voltando ao tópico, o problema é que, ao fazer a pergunta sobre a posição sexual, a pessoa coloca o sexo sobre todas as outras qualidades que ela poderia explorar com a outra pessoa. Dizem que é para evitar incompatibilidade de interesses e evitar que dois passivos/ativos passem por momentos constrangedores no quarto.
Poxa, mas essa pergunta não implica que, dependendo da preferência sexual, a química não vai rolar? Não significa que, mesmo que se goste da pessoa e apesar de todas as suas qualidades, um relacionamento não pode surgir dali?
Creio que a resposta é sim para essas perguntas. Creio que tudo o importa é sexo. Porém seria interessante ver alguém perguntando: "Procurando foda rápida ou relacionamento de longo prazo?"
Um abç.
N.B.

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