segunda-feira, 19 de março de 2012

Notas rápidas 9

Ontem passou LUV versão gay na MTV. Eu acho uma falta de respeito com a família brasileira pois já tinha ficado chocado quando eles fizeram isso no dia das crianças de 2011, parece que agora virou rotina - só que não. Mas enfim .
Senhores, gostaria de dar algumas explicações sobre essa nova dinâmica de textos. Tenho um contato bastante próximo com os senhores e numa das minhas conversas com um deles surgiu essa ideia de texto colaborativo. Já era uma proposta que eu considerava há algum tempo, já que não consigo postar na frequência em que gostaria e que às vezes me faltam temas e inspiração, sem falar que muitos temas relacionados à vida de um homossexual no Brasil já foram cobertos por aqui. Estava ficando sem o que dizer, acho que muitos blogueiros sentem isso depois de um tempo. Crise do 1o ano?
Para que os textos não ficassem mais repetitivos e já que tempo para mim esse semestre será bastante escasso (e não creio que isso vá mudar depois) abri esse espaço para quem quiser colaborar, seja por dissertar algum tema aleatório ou por simplesmente compartilhar uma experiência. O blog é sem fins lucrativos (no momento) e quem não quiser começar seu próprio blog pode usar esse espaço para uma pequena filantropia, tudo devidamente referenciado aos escritores. Talvez no médio prazo eu poderia adicionar contas de co-autores para expandir o blog, façamos um teste.
Sinto que a minha forma de escrever é bastante seca, geralmente não falo de mim, e isso com o tempo fica chato. Lucas, por exemplo, tem uma experiência com relacionamentos infinitas vezes maior que a minha e ele pode acrescentar muito mais a vocês do que eu, dentre muitos outros assuntos. Portanto, sintam-se a vontade para nos contar sobre suas experiências e expertise.

Sobre relacionamentos e catástrofes

De notas rápidas 8 para notas rápidas 9 eu passei de comprometido para recém divorciado. Acho que esse é um dos motivos pelos quais não falo muito de mim. Contar as vitórias é fácil, mas a partir do momento em que se abre espaço para pessoalidades, existe uma obrigação implícita de atualização dos acontecimentos, mesmo que sejam trágicos. Não acharia produtivo receber comentários mencionando o fato de eu estar comprometido e ter que ignorá-los - o que não acho honroso - ou ter que explicar um por um.
Sempre achei que fosse fácil encontrar um ponto de equilíbrio nas divergências quando eu tivesse um relacionamento. O que eu não tinha considerado é que um fica incomodado quando o outro não acredita na verdade do um. Um problema maior é que, para mim, existem muitas verdades e isso me torna uma pessoa de muitos 'talvez' ou 'não sei', antes de um 'sim' ou 'não', ao passo que algumas pessoas não conseguem conviver com respostas incertas. Cada pessoa vê uma situação do seu próprio jeito, o que é a verdade para ela. Discussões se baseiam na diferença da ideia de verdade, e quando um não consegue mostrar a sua verdade para o outro, acumulam-se frustrações. Se existe verdade certa ou errada, eu não sei, cada um está certo de acordo com a sua própria verdade, porém um relacionamento pode ser mais estável se o companheiro perceber uma verdade mais parecida com a tua, e não sempre o conjugado complexo exato oposto. Um dos pilares para que as percepções de verdade se alinhem é a confiança que, uma vez quebrada, desequilibra todo o relacionamento nele apoiado.
Me sinto mal por não ter conseguido fazer o relacionamento andar e bate aquela angústia de pensar 'merda, e agora?'. Apesar dos entraves, como uma distância considerável, eu sentia que esse era o cara. Também não nego que sou uma pessoa difícil de lidar, mimada, egoísta e insensível. É meu primeiro relacionamento e consequentemente, meu primeiro término. É um porre que trás momentos de reflexão, falta de concentração e falta de perspectiva para o futuro.
Mas nem tudo está perdido. Ainda posso ir no LUV versão gay e desrespeitar a família brasileira também. Dizem que para se esquecer um velho amor só é possível com um novo, mas sentir o mesmo, jamais. Talvez possa surgir algum sentimento na mesma intensidade, mas o que se sente por uma pessoa é único e novos sentimentos podem apenas me fazer irrelevar o último. Por isso, estou aberto a sugestões para dor de cotovelo.
Um abç e até breve.
N.B.
fonte:A vida no armário

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