Preciso confessar que todas as vezes em que vou escrever me sinto incomodado de sempre falar em gays e héteros.Meses atrás, quando o blog estava ainda começando, eu escrevi alguma coisa sobre escolher ser gay e nesse texto eu disse que as pessoas, homens e mulheres, querem ficar com os dois lados porque excitação sexual acontece independente do gênero. Lá também eu disse que os humanos são 'bissexuais' por natureza, as vezes com tendência a um dos lados. E num post mais recente, eu indaguei se não podemos apenas ficar com quem desejamos, independente do gênero, sem a necessidade de nos definir como gay ou hétero ou bi, como somos pressionados a fazer.
Há uns 50 anos, um cara chamado Alfred Kinsey fez uma pesquisa que dividiu a sexualidade humana em 6 ou 7 classes, com uma classe assexuada adicionada depois. Assim como ele propôs em sua pesquisa, eu acredito que a sexualidade também não seja preta e branca. Adicionando um pouco mais de detalhes à pesquisa de Kinsey ou à alusão que a bandeira gay faz à diversidade, eu acredito que a sexualidade não seja composta de apenas 6 ou 7 níveis/cores, mas infinitos e todos diferentes entre si.Então, toda vez que eu uso as palavras 'gay', 'bi' ou 'hétero' aqui no blog, isso contradiz as minhas ideias pois estou aqui loteando a sexualidade em três categorias.
Eu gostaria de trocar os termos por 'sexualmente diversos' (para gay/bi) e os que 'negam a diversidade sexual' (para os outros).
'Sexualmente diversos' porque a classificação em gay e hétero é infundada. E 'os que negam a diversidade sexual' porque a diversidade é uma condição humana e os definidos como 'héteros' se encaixam nesse grupo por não aceitarem sua diversidade e desejos pelo mesmo sexo.
Alguém pode afirmar "não, NB, o senhor está equivocado, existem realmente pessoas que não se sentem atraídas pelo mesmo sexo". Claro que existem. Mas as causas disso podem ser uma repulsa honesta ou pessoas que se julgam hétero por não se permitirem ao menos considerar a ideia de estar atraído. Isso porque elas tem na cabeça que é errado e não é natural quando na verdade é, e mesmo que subconscientemente elas repreendem os potenciais desejos. Alguém pode se julgar um hétero honesto, mas ele também pode nem saber que aquela voz da 'moral' fala bem baixinho o que ele é e como ele deve agir. Nunca saberemos porém.
Contudo, por comodidade e tradição e também para simplificar os textos, continuarei a usar gay e hétero. Mesmo contrariado e contradizendo as minhas ideias, essas definições arcaicas ainda funcionam de alguma forma para promover uma ideia: tolerância.Depois, se tivermos sucesso em nossa luta, mudamos as definições para algo mais próximo da realidade =)
Sem mais.
Um abç e bom fds.
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