Olá, pessoal. Tudo bem com vocês? Eu sou o Lucas, prazer. Moro no Recife, tenho 23 anos, sou formado e trabalho na área de comunicação. Apesar de gostar muito de escrever, fazia tempo que não ficava tão inseguro e com medo de um texto, como agora. Talvez vocês estejam surpresos e se perguntando o que é que aconteceu com o blog. Calma, deixa eu explicar.
Do meio para o final do ano passado (não lembro exatamente quando, tenho um probleminha com datas) eu precisei fazer uma pesquisa sobre sites de relacionamento na internet. E percebi que não existe nada voltado para o público homossexual masculino. Ou, em linhas gerais e sem rótulos, meninos que curtem meninos. Se não me engano, existe até um Leskut direcionado para mulheres, mas nada para nós.
Opa, falei “nós”, não é? Então cabe aqui mais uma explicação sobre mim: sou gay e não sinto nenhum desejo amoroso ou atração física por mulheres. Nunca sequer tive relação sexual com o outro sexo. Não sou afeminado (nem condeno quem é). Minha família e a maioria dos amigos mais chegados sabem de mim. Amanhã, dia 16, vai fazer um ano e quatro meses (ou era cinco? Nunca decoro, desculpa amor!) que namoro uma pessoa especial, que me completa e me faz muito feliz. Ele é uma das razões para eu levantar todos os dias e querer ser uma pessoa melhor e enchê-lo de orgulho, dividindo todos os momentos.
Então, voltando ao blog, eu encontrei o Armário em BH e achei a proposta dele muito interessante. Claro que existem portais por aí, mas senti falta de algo mais reflexivo, sentimental, escrito de jovem para jovem, sem apelo comercial e compromissos com marcas. De vez em quando conversávamos pelo Google Talk sobre experiências pessoais e esse “ativismo” na web.
Nesta semana, voltamos a bater papo depois de um bom tempo. A última vez que tinha falado com o N.B. fora em novembro, se não me engano. Ainda assim, volta e meia abria o blog para acompanhar as discussões. Nesta conversa recente, rolou a ideia de uma participação especial. Fique claro que não quero ser visto como uma espécie de co-autor (tem hífen ainda? Maldita reforma!), tudo aqui é mérito do N.B. Também não vou prometer posts com uma frequência regular e, a meu pedido, o N.B. continua sendo o único “administrador”. Não terei conta de e-mail, mas vou ficar ligado nos comentários e, qualquer coisa, podem mandar o recado por ele.
Acho que isto tudo é muito mais uma experimentação e espero que dê certo e agrade. Eu penso que é bom nos unirmos e compartilharmos experiências. Olha, eu passei uma época da minha vida que era obrigado a rezar o terço todos os dias de manhã. Fui vigiado e até ameaçado de ter um detetive nas costas pela minha própria família. Vi minha mãe ir para o hospital tomar remédios porque a pressão dela disparou em brigas e confusões. Passei por três padres, um missionário e duas psicólogas, uma das quais se dizia especialista em terapia de reversão (pasmem). Hoje, três anos depois da revelação, as coisas estão longe do ideal, mas até que bem.
Tenho muitas histórias para contar e quero ouvir vocês, também. Espero que minhas palavras sirvam para levar um pouco de esperança, conforto e, em alguns momentos, diversão. Já comi o pão que o diabo amassou e sofri muito. Sempre tive o desejo de dar minha contribuição para ajudar pessoas que passaram ou podem passar pelo mesmo que eu. Então é isso, acho que já escrevi demais. Tenho algumas ideias de temas para escrever nos próximos posts, mas fico aberto a sugestões. Um grande abraço a todos. Se cuidem!
1 - Este título ficou parecendo abertura de Dragon Ball Z. Mas tudo bem, eu via e adorava.
2 - Sobre essa questão da aceitação dos pais, recomendo dar uma navegada pelo Google e YouTube e conhecer o Grupo de Pais de Homossexuais (GPH), coordenado por Edith Modesto.
3 - Um dos livros dela, Mãe Sempre Sabe?, também é ótimo e serve para pais e filhos.
4 - Na época da confusão, o que eu comprei e dei (ou tentei) para minha mãe ganhou uma viagem forçada de volta à livraria e foi substituído por um volume de Harry Potter.
fonte:A vida no armário




Nenhum comentário:
Postar um comentário